Porto Central em Presidente Kennedy. Governo deve liberar construção de ferrovia

Projeto do Porto Central
Um novo conjunto de concessões públicas do governo federal, previsto para ser divulgado nesta terça-feira (7), deve abrir espaço para que a Ferrovia Vitória-Minas ganhe novo trecho dentro do Espírito Santo, conectando o Complexo de Tubarão, na Capital, ao futuro Porto Central, em Presidente Kennedy.
O Conselho do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), da Presidência da República, prevê autorizar a renovação antecipada dessa ferrovia e de outras quatro em troca de investimentos.
Em dezembro passado, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, confirmou a apresentação de uma proposta ao governo federal para construir a nova malha férrea em troca de manter a posição da mineradora como controladora da Vitória-Minas. A ideia é usar o novo empreendimento como pagamento à União pelo direito de permanecer como concessionária da estrada de ferro por mais de 30 anos.
Serão 160 quilômetros a mais de ferrovia, uma obra de grande porte que deve cortar ao menos dez municípios capixabas, caso a companhia consiga firmar o acordo com o Planalto.
O valor do empreendimento ainda não foi divulgado, mas estima-se que a construção deve movimentar, no mínimo, R$ 1 bilhão e gerar pelo menos cinco mil empregos diretos e indiretos.
O projeto é de grande importância para o desenvolvimento logístico do Espírito Santo, que se tornará referência em transporte de mercadorias, atendendo a Estados vizinhos como Minas Gerais e Bahia.
Pela estrada de ferro poderão ser escoados produtos como café, soja, trigo, petróleo, rochas ornamentais, abrindo mais espaço para o comércio exterior capixaba.
Em entrevista no Palácio Anchieta, em 19 de dezembro, o diretor de logística da Vale, Humberto Freitas, disse que a companhia já definiu o valor que poderá pagar pela renovação da concessão da Vitória-Minas e poderá usar esses recursos para construir o novo trecho.
As outras quatro ferrovias que também podem ter a renovação antecipada, segundo o PPI, são a EF dos Carajás, as malhas MRS (Minas Gerais, Rio e São Paulo) e FCA (Ferrovia Centro Atlântica, no Centro-Oeste e Sudeste), além da Malha Paulista.
54 projetos
O Conselho do PPI fará uma reunião hoje, às 16h30, no Palácio do Planalto para a apresentação de 54 novos projetos de parceria com a iniciativa privada, além das propostas de renovações, que devem incluir também terminais portuários, linhas de transmissão, ferrovias, com investimentos estimados superiores a R$ 45 bilhões.
A parte de ferrovia é a que concentra o maior valor de investimentos previstos. Serão pelo menos R$ 30 bilhões aplicados nessas novas obras.
Segundo o governo, o programa de concessão deve atender a duplicação de rodovias, como as BRs 101, 290, 386, 448, em Santa Catarina, leilão dos aeroportos de Fortaleza, Florianópolis, Salvador e Porto Alegre.
Para o Estado, os investimentos devem ocorrer na área de petróleo. Há a previsão do leilão da 4ª Rodada de 13 campos marginais localizados na Bacia do Espírito Santo e nas Bacias de Potiguar (RS) e do Recôncavo (BA). “A licitação do programa é importante porque atrairá empresas petrolíferas de pequeno porte e fortalecerá a cadeia de fornecedores de bens e serviços do setor”, informou material divulgado pela assessoria de imprensa do PPI. (Com informações de agências)

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